quarta-feira, 3 de abril de 2013

Segundo dia de Jazz Fest


14°| 28/04/2012, sábado @ Jazz Fest e banda por NOLA


Dormir um pouco mais foi muito necessário neste sábado.  Comemos algo, tomamos alguma coisa e fomos para parada de ônibus.

Chegamos no Jazz Fest e estava começando o show do JonCleary and The Absolute Moster Gentleman. Não conhecíamos nada do cara, mas na noite anterior conhecemos um cara chamado Terry no boliche que falou muito bem dele. E Terry estava certo. Uma blueseira muito pegada com ritmo excelente. O cara é um branquelo narigudo que toca muito teclado. É acompanhado de baixo, batera e guitarra. Esse guitarrista deve pesar uns 200kg. A guitarra parece um cavaquinho. A banda tem uma suingueira incrível, e parecem estar sempre em muita harmonia com o Jon. Sempre se olhando e rindo. Esse clima entre a banda é passado para o público. Era notável os rostos felizes no lugar. Excelente show e excelente descoberta.

Jon Cleary and The Absolute Monster Gentleman

Esse show foi no palco Acura, que é o principal. Saímos dali e fomos comer algo. Repeti o cardápio do dia anterior. Mas a Thais comeu, por indicação de um pessoal do Wanee, o Crawfish Monica. Uma massa parafuso com um molho sensacional e pedaços de crawfish. É um dos pratos mais famosos do festival. Depois de comer é fácil de entender o porquê.

Crawfish Monica

Uma coisa muito legal no Jazz Fest são as bandeiras. É uma mar de gente que vai no festival diariamente. Muitos vão de cadeira, acham seu lugar, e lá ficam. Uma do ladinho da outra. Como o lugar é gigante e são muitas pessoas, os grupos levam bandeiras para se identificar. Assim o cara pode ir buscar uma ceva, comprar comida, ir no banheiro, etc, e na volta fica fácil de achar os parceiros. No ano de 2013 levaremos a bandeira do Rio Grande do Sul. 

Um pouco das bandeiras

As bandeiras ao entardecer

Na sequencia já voltamos para ver o próximo show, do VoiceOf Wetlands All Star Band. A banda, como o próprio nome diz, é uma reunião de músicos fodões da Louisiana. Na ocasião eram: Tab Benoit (guitar e voz), Dr. John (piano e voz), Anders Osbourne (guitar e voz), Jumpin’ Johnny Samsone (harmônica e voz), Cyril Neville (percussão e voz), Big Chief Monk Bourdreaux (voz), Johnny Vidacovich (batera), Waylon Thiebodeaux (violino e voz) e o pai dele (era assim mesmo que se referiam ao cara) no washboard.
A pilha da banda (que também é uma fundação social) é fazer sons falando da Louisiana, das belezas da terra, da força do povo e essas coisas. O astral das músicas é muito bom, bem Louisiana. Em alguns momentos acaba ficando meio mela cueca (na minha opinião), mas é bem legal ver um show com tanto músico fera não disputando espaço ou querendo aparecer mais que o outro. O som tava bem confuso no começo e prejudicou parte do show, mas de um jeito geral foi bem legal.

Voice Of Wetlands

Esperamos por ali mesmo a troca de palco. E o lugar foi ficando bem cheio. Mas cheio mesmo.

Em pouco tempo começou o show do Tom Petty and TheHeartbreakers. Não sou um fã do cara, mas tá. O show foi bem legal. Ele sabe conduzir muito bem o público. Mesmo com sol na cara a banda inteira manteve a roupete que usava, estilo anos 60. Vários clássicos foram tocados, os mais conhecidos por aqui foram todos sem exceção. A música que eu mais curti foi “Travelling Stage” do JJ Cale. A versão foi bem parecida com a original. O som do show tava impecável, e a banda toca muito, e tem bastante espaço para aparecer.

Tom Petty and The Heartbreakers

Saímos do Jazz Fest, pegamos um ônibus e fomos conhecer a tão falada Bourbon Street, no French Quarter de New Orleans.

Muita gente nos comentou da Bourbon Street, da festa sem fim que era e tudo mais. Chegamos lá e foi um choque. Muita gurizada bebum andando e gritando na rua. Muito artista de rua (na maioria nada a ver com nada), muitos caras te oferecendo coisas dos bares que trabalhavam, muita música palha vindo de dentro dos bares, muitas putas feias tentando te acertar um colar de Mardi Grass, enfim... muita coisa rolando, e nada muito bacana. Essa foi uma péssima primeira impressão. Parecia que o sonho tinha acabado.

Início da Bourbon Street

Falei com um vendedor de cachorro quente e ele me deu a barbada. Comentou que a Bourbon Street já não é mais a mesma, que os turistas acabaram com ela. Disse para gente ir até o French Quarter da outra extremidade, mais perto do rio, na Frenchman Street, onde, em tese, haveria menos turistas.

Caminhamos uns 30 ou 40 minutos e chegamos lá. As ruas continuavam cheias de turistas, mas com um clima bem mais legal. Cheio de bares com música boa, mais diversidade, e sem receber ataque de ninguém.

A Thais queria muito comer “crawfish”. Para os leigos, como eu, é um camarão gigante, ou uma lagosta pequena. É muito tradicional na Louisiana. Depois de muita caminhada escolhemos o restaurante que servia alguma coisa além disso, pra eu poder comer também. O lugar era nos fundos de um bar, com uma cara fazendo numa estrutura de acampamento. Até agora não entendi o porquê da escolha. Tudo tava extremamente apimentado. Não sentimos o gosto de nada e a Thaís deixou bem mais da metade dos bichinhos na bandeja. Eu comi uma linguiça com milhos e batatas. Também não senti o gosto. Tudo é feito junto, e eu igualmente fiquei com os beiços dormentes. Péssima escolha.

Depois de tantas escolhas erradas na mesma noite decidimos pegar um taxi e ir embora.

Quando chegamos no hostel deu uma sensação de “isso não é a New Orleans que esperávamos”.

Em novembro de 2011 quando o Down tocou em Porto Alegre rolou um churrasco com eles no dia da folga deles e troquei uma ideia com os caras. Pepper Keenan, o guitarrista da banda, me falou que tinha um bar na cidade de New Orleans e que era “the real New Orleans”. Então pegamos o carro e fomos pra lá.

O nome do bar é Lebon Temps Roule (francês de “let the good times roll”). Do caralho. Simples. Mesas de sinuca, jukebox, rock and roll, banda autoral de música instrumental muito louca e pessoas legais com alto astral dançando. Deu o alívio de estar na cidade certa novamente. Quando a banda começou a ficar louca demais fomos embora. Pra ter ideia, o cara começou a tocar com uma guitarra que parecia a espada do Jaspion. Mas valeu muito.

Na volta passamos numa pizzaria. Enquanto a Thais pedia a pizza eu capotei de maneira brutal no carro.

Boa noite. :^)

Um comentário:

  1. Deixando a gente com agua na boca mas tutebene tá muito bom escutar suas aventuras. Estamos de olho.

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