terça-feira, 19 de junho de 2012

Intro + Van Halen


Esse blog foi feito para relatar uma viagem muito do caralho que aconteceu entre abril e maio de 2012, que eu julguei ser foda demais pra não dividir.

A viagem em questão começou em Jacksonville, Flórida, Esteitis, e teve como término Los Angeles, Califa, também na terra do Tio Sam. Ao total foram 33 dias viajando de carro por lá.

O objetivo dessa banda toda foi ir atrás de muita música, comida, bebida e cultura. Muita coisa que já se conhecia e estava indo pra lá pra presenciar, muita coisa pra ter certeza que era verdade, e por último, mas não menos importante, muita coisa nova pra se conhecer.

Nos 10 primeiros dias dessa viagem eu tava acompanhado de duas grandes amigas, a Thais e a Gabi. Depois disso a Gabi foi pra Massachussets e Nova York, ficando Thais e eu pros outros 23 dias.

Vou separar a parada pelos dias de viagem, tipo capítulos, afinal aconteceram coisas pra caralho. Alguns serão mais curtos que os outros, tipo o primeiro. hehehe

1° | 15/04/2012, domingo @ Aeroportos


Foi bem no dia do show dos meus parceiros da ZeroDoze fazendo a abertura pro Sebastian Bach no Opinas. A ideia inicial era ver esse show e embarcar dia 16 de abril, mas depois fuçando na agenda das bandas que eu curto descobri que dia 16 de abril tinha show do Van Halen em Jacksonville, Flórida, cidade que iríamos desembarcar. E como a viagem demorava um dia, decidi pelo Van Halen.

Saimos do Salgado Filho pelas 14h.

Conexão em Guarulhos de 6 a 8 horas. Um saco.

Avião sem muito espaço, mas com filmes a vontade e cervechinha pro vivente ficar mais tranquilo.


2° | 16/04/2012, segunda-feira @ Jacksonville, Flórida – Show do Van Halen


Chegamos nos Estados Unidos por Atlanta, Georgia. Foi bem tranquilo o questionário pra gente entrar no país. O foda que ficamos muito tempo na fila da migração e nosso vôo para Jacksonville era em seguida, mas não nos liberaram pra cortar a fila. Já tava batendo o desespero nos 3.

Faltando algo como 20 minutos para o avião decolar conseguimos passar e fomos procurar onde era o embarque.  Um cara do aeroporto nos ajudou, caso contrário, estaríamos até agora lá tentando entender aquela TV gigante com os portões de embarque. Foi nessa hora que descobrimos que o aeroporto de Atlanta é tão grande que tem um metrô dentro, e o cara mandou a gente pegar esse metrô e ir até o terminal B. Bom... não passava um alfinete. A possibilidade de perder o embarque era gigantesca. Pegamos o metrô sem saber pra que lado estava indo, mas demos sorte e fomos pro lado certo.

Nosso portão era algo como B19. A gente desceu do trem, subiu as escadas, e descobrimos mais uma coisa... estávamos a uns 300 metros do portão. Devido ao desespero encarnei o espírito do Papa-Léguas e saí correndo como se não houvesse amanhã. Coisa que não fazia desde 1998 nas Olimpíadas do Colégio. Quando cheguei perto do portão a funcionária da Delta tava nos esperando com um baita sorriso e perguntou:

- You are the guys from Brazil, right?

Eu sem nenhum ar puxei uma força do pulmão e disse:

- Yeah. – praticamente sussurrando com o polegar fazendo o sinal de positivo pra reforçar minha resposta.

Olhei pra trás e a Thais tava chegando, mas a Gabi estava bem longe. Mas mesmo assim eles nos esperaram.

Quase agradeci de joelhos pra ela pelo fato de terem nos esperado. Entramos no avião e todo mundo nos olhou com aquela cara de “finalmente esses brasileiros de merda chegaram”, e nós estávamos com um sorriso maior que o outro pelo fato de estarmos ali.

Chegamos em Jacksonville, pegamos nosso carro, que já tínhamos alugado daqui de Porto Alegre, um Mazda 3, conhecido tb como “Mazdaaahhh”. Completito, câmbio automático e a merda toda. Baita carango.

Tá, mas por que Jacksonville?

O motivo maior da viagem foi o Wanee Festival, um festival liderado pelo Allman Brothers que rola no norte da Flórida. 4 dias de camping e muita música, o Allman toca duas noites. Jacksonville é a cidade com aeroporto internacional mais próxima de Live Oak, cidade do festival.

Adiante.

Então fomos pro Hotel. Sabe aqueles hotéis de filme, que fica na beira da faixa, dois andares, tipo um sobrado, com máquina de gelo, muito usado para filmes de terror? Pois é... era um desses. Mas super bom.

Passada “rápida” no Walmart pra buscar uns esquemas que tínhamos comprado pela internet, mais um monte de coisa barata (às vezes desnecessárias, mas que tu compra por ser muito barata), muita cerveja, um estiropor pra levar as cevas geladas na viagem, alguns utensílios pro acamps e uma térmica pro nosso chimas.

Arrumamos as tralhas no Hotel e fomos pro Hooters (aquele bar das garçonetes gostosas, shorts laranjas e blusinhas brancas) pra almojantar e começar a aquecer pro show do Van Halen.

Bah, que bar sensacional. Não tem as mulheres tão gostosas como nos filmes, por óbvio, mas todas as garçonetes são muito simpáticas, o rango é muito bom, e a ceva tem um preço justo. Fora o clima, decoração, etc. E não é um esquema vulgar, como pode parecer, é diversão pra toda família. Imagina só... ser atendido por uma mulher tri simpática e de shortinhos, ter umas 10 TVs passando diferentes jogos, e no som só rock and roll. E não pensa que o hamburger nos Estados Unidos é aquela coisa fast food que temos aqui, tipo Mc Donalds. Lá o assunto é sério. Carne muito boa, recheios dos mais diversos e um tempero muito bom. Vem algum acompanhamento tipo feijão (aqueles marrons e com um tempero mais doce) ou repolho (que é muuuito bom), e a o lanche vem aberto com tomate, alface e cebola do lado, daí tu coloca do jeito que quer e a quantidade que quiser. E pra acompanhar isso pedimos batatas com bacon. Nossa dieta começou com o pé direito.


No Hooters com as garçonetes

Blue Cheese Hamburger com feijão

De lá fomos pro Veterans Memorial Arena, local do show do Van Halen.

Thais, Gabi e eu na frente da Arena
                                                         
A abertura do show, a pedidos do Dave Lee Roth, ficou por conta do Kool & The Gang. A gente ficou relativamente perto do palco. Bom... eu não gosto de Kool & The Gang, até tentei olhar e curtir o show, mas não deu. Daí fiquei dando uma banda pelo lugar e tomando uma ceva.
A Thaís que gosta do som deles achou bem legal o show. A Gabi não falou muito coisa, tava cansada pra caralho.  

Kool e sua Gang
                                                                

Pelas 20:30 começaram a arrumar o palco pro VH. O mais interessante que achei dessa montagem foi que eles colocaram um tablado no meio do palco e ficaram passando cera. Fiquei pensando: será que o Dave vai sapatear? Mas não, ela usava só pra ficar dançando mesmo, e obviamente, deslizando.

Chegou o momento!
Van “Fucking” Halen!!!

O lugar fica todo escurão e o Alex Van Halen chega destruindo a bateria. Pouco depois começa uma barulheira e entra o Eddie.  Um pouco de barulho e entra o pirralho Wolfgang com um baixo com as mesmas listras da guitarra do pai, só que com outras cores.

Então começa “Unchained” e chega Dave Lee Roth, ou Diamond Dave, dançando, rebolando e cumprimentando o público. Que maluco carismático, impressionante. Nisso tudo um telão do tamanho da arena acende. Preto e branco com uma definição perfeita.

Começo do show


Detalhe nas listras do baixo


Daí caiu a fica... porra, tô num show do Van Halen. Que coisa mais afudê.

Os caras estão muito em forma e aparentemente se dando muito bem. 

O Eddie totalmente em chamas, esmirilhando e tirando sons da guitarra que só ele consegue. Não se movimenta e pula como outrora, mas tu nem pensa nisso na hora. O som da guitarra não deixa tu pensar em muita coisa.

Alex batendo na bateria como se fosse um guri no seu primeiro show. Dois bumbos, aquele monte de tons engraçados que ele usa, e a parafernália toda estavam lá.

Wolfgang... bom, esse piá toca demais. Muita energia, uma precisão impressionante, e faz todos backing vocals que o Michael Anthony fazia, não tão legais, mas mesmo assim excelentes. Eu como um baita fã do gordinho com baixo do Jack Daniel’s cheguei receoso, mas ele superou todas e quaisquer expectativas. Ainda mais pelo fato do Eddie ter dado mais espaço pro baixo no último disco do que dava nas antigas, e o guri aproveitou muito bem. Também, né? Olha de quem ele é filho, mas mesmo assim foi muito bom vê-lo tocando tanto e cantando tri bem também.

Diamond Dave. Que cara! Simpatia em pessoa. Não para no palco. Sempre dançando, rebolando, sorrindo, deslizando no tablado e cantando pra caralho. Nas músicas mais das antigas se nota que nos refrões ele vai só na experiência e fica dando uns gritos aleatórios deixando tudo pros backing vocals. Outra coisa interessante, ao vivo ele muda a linha vocal de quase todas músicas cantando de um jeito mais falado. Confesso que gostaria de ouvir do jeito que escuto nos discos, mas tava afudê igual.

Achei o set list sensacional. Eles fazem um mix muito legal de clássicos absolutos, músicas não tão famosas e do último disco, o “A Different Kind Of Truth”.

Tem um momento do show que fica só o Dave e seu violão no palco. Daí no telão fica passando umas imagens dele no campo brincando com seus cachorros. Então ele toca uma balada e fica falando dele e seus cachorros. Devo admitir que foi meio bizarro, mas beleza, cachorros são legais.

Odeio (quase sempre) solos de guitarra (de baixo e batera tb) desses que fica só o sujeito viajando sozinho no palco e mostrando tudo que estudou em casa. Normalmente vou no banheiro ou no bar. Mas do Eddie foi muito animal. O cara reinventou o jeito de tocar guitarra e tava fazendo isso na tua frente. Foi demais mesmo.

Solo do homem

No final do show “Jump”. Considero ela uma daquelas músicas que só com o Van Halen tocando pra ficar legal. E realmente foi muito legal, ainda mais com um monte de papel picado e o Dave com uma bandeira quadriculada, igual de chegada de Fórmula 1, gigantesca, do tamanho de uma de torcida de futebol no estádio. Clima festinha total, todos de pé, dançando, punhos no ar, aquela coisa toda. Excelente final.

Festinha na finaleira

Bom... foi isso. Van Halen é foda e eu vi pessoalmente.

Aqui tá o set list pra tu ter ideia do que rolou.


Depois disso voltamos pro hotel pra descansar um pouco.





2 comentários:

  1. é manolo
    viajar e logo no primeiro dia ver um show do van halen num é pra qualquer um não!!!

    vai postando aí, quero saber de todos os detalhes.
    aproveita pra acompanhar a minha tbm.
    bjoooo

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  2. Velho, parabéns pela descrição bem feita, segue a história que tá massa, abraço!

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